sábado, 30 de janeiro de 2010

Canudo


O velho jovem ancião
vista o novo velho gibão
se bote bastão na mão
canudo pançudo magrela
se sol, se chuva
lá tá ele ali
Nas vans, querendo rede
uma pesca, um avião
A terceira idade goza
- nos salões
velhas jovens manicures
apertadas corcundas e cegas
em seuas vestimentas de paz
- nos corredores
jovens velhas vendedoras
e as empresas cheiram.
- Nas peruas escolar
as pobres alegres peraltas
sem pasciência de Jó
- no alto do planalto
sonolentos, infames, nem sentem
que demente também mentem.
Estamos vivos !
Vida para a primeira idade
- dos contrários envelhecentes

Riso Maria Dersu


Na fotografia:Naiá Uchôa

A Lenda da Vitória Régia



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Os mitos são representações alegóricas dos maiores temores, dos sonhos, da complexa natureza do homem
Os pajés tupis-guaranis, contavam que, no começo do mundo, toda vez que a Lua se escondia no horizonte, parecendo descer por trás das serras, ia viver com suas virgens prediletas. Diziam ainda que se a Lua gostava de uma jovem, a transformava em estrela do Céu.

Naiá, filha de um chefe e princesa da tribo, ficou impressionada com a história. Então, à noite, quando todos dormiam e a Lua andava pelo céu, Ela querendo ser transformada em estrela, subia as colinas e perseguia a Lua na esperança que esta a visse.



E assim fazia todas as noites, durante muito tempo. Mas a Lua parecia não notá-la e dava para ouvir seus soluços de tristeza ao longe. Em uma noite, a índia viu, nas águas límpidas de um lago, a figura da lua. A pobre moça, imaginando que a lua havia chegado para buscá-la, se atirou nas águas profundas do lago e nunca mais foi vista.

A lua, quis recompensar o sacrifício da bela jovem, e resolveu transformá-la em uma estrela diferente, daquelas que brilham no céu. Transformou-a então numa "Estrela das Águas", que é a planta Vitória Régia. Assim, nasceu uma planta cujas flores perfumadas e brancas só abrem à noite, e ao nascer do sol ficam rosadas.

Origem: Indígena. Para eles assim nasceu a vitória-régia

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Uma canção de amor


Homem pra eu ver
Tem que andar
Ter na cintura
Uma faquinha
Cortar galhos
Carregar uma pena
E no bico preciso
Uma canção de amor


Riso Maria Dersu

Papas na Língua


Nunca deixei papas na minha língua
tudo que entra me serve de vanguarda
se os trapos entravam a saída
livro-me Deus das tuas feridas
usando as cinzas para desenhar

Riso Maria Dersu


Ele foi o primeiro e único filho homem de Hermman Einstein e Pauline Koch.
Já nos primeiros anos de sua vida, Einstein provocava comentários. Sua mãe estava convencida de que o formato de sua cabeça era fora do comum e temia que tivesse algum problema mental, porque era muito lento para aprender a falar. Passou sua juventude em Munique, onde sua família possuía uma pequena oficina destinada à construção de máquinas elétricas. Einstein não falou até os 3 anos de idade, mas desde jovem mostrou uma curiosidade brilhante sobre a Natureza, e uma habilidade para compreender conceitos matemáticos avançados.
Com 12 anos de idade, aprendeu por conta própria a Geometria Euclideana.
Albert cresceu forte e saudável, embora não gostasse de praticar esportes organizados. Era um garoto quieto e particularmente solitário, que preferia ler e ouvir música. Não gostava do regime monótono e do espírito sem imaginação da escola em Munique. Se considerasse os conselhos de um de seus professores teria abandonado a escola.
Quando sua família mudou-se para Milão, na Itália, Einstein tinha 15 anos. Nesta ocasião passou 1 ano com sua família em Milão. Terminou a escola secundária em Arrau, Suíça, e com boas notas somente em Matemática, entrou, em 1896, no Instituto Politécnico de Zurique, onde se graduou em 1901 com dificuldades.
Einstein não gostava dos métodos de instrução lá. Freqüentemente não assistia às aulas, usando o tempo para estudar Física ou tocar seu adorado violino. Passou nos exames e graduou-se em 1900. Seus professores não o tinham como grande aluno e não o recomendariam para uma posição na Universidade. Por dois anos Einstein trabalhou como tutor e professor substituto. Em 1902, assegurou uma posição como examinador no Escritório de Patentes da Suíça em Bern.
Em 1903, casou-se com Mileva Maric, que havia sido sua colega na Escola Politécnica.
Em 1905, após ter conseguido um emprego no serviço federal de patentes que o deixava com horas vagas para estudar os problemas da física contemporânea, o mundo tomou conhecimento de sua existência através da publicação de cinco artigos nos Annalen der Physik, revista científica alemã. No mesmo ano recebeu seu grau de Doutor pela Universidade de Zurique por uma dissertação teórica a respeito das dimensões de moléculas, e também publicou 3 trabalhos teóricos de grande importância para o desenvolvimento da Física do século 20. No primeiro desses trabalhos, sobre o Movimento Browniano, ele realizou previsões significantes sobre o movimento de partículas distribuídas aleatoriamente em um fluido. Tais previsões seriam confirmadas posteriormente, através de experiências.
O segundo Trabalho, sobre o Efeito Fotoelétrico, continha uma hipótese revolucionária a respeito da natureza da luz. Einstein não somente propôs que sob certas circunstâncias pode-se considerar a luz feita de partículas, mas também a hipótese que a energia carregada por qualquer partícula de luz, chamada de fóton, é proporcional à freqüência da radiação. Uma década mais tarde, o Físico americano Robert Andrews Millikan confirmou experimentalmente a teoria de Einstein.
Einstein, cuja preocupação primordial é compreender a natureza da radiação eletromagnética, desenvolveu posteriormente uma teoria que seria uma fusão dos modelos de partícula e onda para a luz. Novamente, poucos cientistas compreendiam ou aceitavam suas idéias.
A Teoria da Relatividade Especial - O terceiro grande Trabalho de Einstein em 1905, "Sobre a Eletrodinâmica dos Corposem Movimento", continha o que tornou-se conhecido como a Teoria Especial da Relatividade. Desde a época do Matemático e Físico inglês Isaac Newton, os filósofos naturais (como os físicos e químicos eram conhecidos) tentavam compreender a natureza da matéria e da radiação e como elas interagiam. Não existia uma explicação consistente para o modo como a radiação (a luz, por exemplo) e a matéria interagiam quando vistas de referenciais inerciais diferentes, isto é, uma interação vista simultaneamente por um observador em repouso e um observador movendo-se com velocidade constante.
No Outono de 1905, após considerar estes problemas por 10 anos, Einstein percebeu que o problema não se encontrava em uma teoria da matéria, mas em uma teoria relativa às medidas. Einstein desenvolveu, então, uma teoria baseada em dois postulados: o Princípio da Relatividade, que as leis físicas são as mesmas em todos os referenciais inerciais, e o Princípio da Invariância da velocidade da luz, onde a velocidade da luz no vácuo é uma constante universal. Assim, Einstein era capaz de dar uma descrição correta e consistente de eventos físicos em referenciais inerciais diferentes sem fazer suposições especiais sobre a natureza da matéria e da radiação, ou como elas interagiam. Virtualmente, ninguém compreendeu seus argumentos.
Einstein e a Teoria da Relatividade Geral - Mesmo antes de deixar o Escritório de Patentes em 1907, começara o trabalho de extender e generalizar o teoria da relatividade para todos os referenciais. Ele iniciou enunciando o Princípio da Equivalência, um postulado que campos gravitacionais são equivalentes à acelerações de referênciais. Por exemplo, uma pessoa em um elevador em movimento não pode, em princípio, decidir se a força que atua sobre ela é causada pela gravidade ou pela aceleração constante do elevador.
A Teoria da Relatividade Geral completa não foi publicada até 1916. Nesta teoria, as interações de corpos que até então haviam sido atribuídas às forças gravitacionais, são explicadas como a influência dos corpos sobre a geometria do espaço-tempo (espaço quadridimensional, uma abstração matemática, tendo as três dimensões do espaço Euclideano e o tempo como a quarta dimensão).
Baseado em sua Teoria da Relatividade Geral, Einstein explicou as previamente inexplicáveis variações no movimento orbital dos planetas, e previu a inclinação da luz de estrelas na vizinhança de um corpo maciço, como o Sol. A confirmação deste último fenômeno durante um eclipse em 1919 tornou-se um grande evento, tornando Einstein famoso no mundo inteiro. Pelo resto de sua vida, Einstein devotou tempo considerável para generalizar ainda mais esta Teoria.
Seu último esforço, a Teoria do Campo Unificado, que não foi inteiramente um sucesso, foi uma tentativa de compreender todas as interações físicas - incluíndo as interações eletromagnéticas e as interações forte e fraca - em termos da modificação da geometria do espaço-tempo entre as entidades interagentes.
Entre 1915 e 1930 a grande preocupação da Física estava no desenvolvimento de uma nova concepção do caráter fundamental da matéria, conhecida como Teoria Quântica. Esta teoria continha a característica da dualidade partícula-onda (a luz exibe propriedades de partícula, assim como de onda), assim como o Princípio da Incerteza, que estabelece que a precisão nos processos de medidas é limitada. Einstein, entretanto, não aceitaria tais noções e criticou seu desenvolvimento até o final da sua vida. Disse Einstein uma vez: "Deus não joga dados com o mundo".
Durante a I Guerra Mundial, com cidadania suíça, ele trabalhou na generalização de sua teoria para os sistemas acelerados. Elaborou então, uma nova teoria da gravitação em que a clássica teoria de Newton assume papel particular. Einstein, com o passar dos anos, continua a não aceitar completamente diversas teorias. Por exemplo, Einstein não aceitava o princípio de Heisenberg que o universo estivesse abandonado ao acaso. "Deus pode ser perspicaz, mas não é malicioso.", disse ele sobre este princípio que destruía o determinismo que estava ancorada a ciência desde a Grécia Antiga.

O Nobel - Einstein, o Cidadão do Mundo. Após 1919, Einstein tornou-se internacionalmente reconhecido. Ganhou o Prêmio Nobel de Física em 1921 pelo seu estudo do campo fotoelétrico, e não pela teoria da relatividade, ainda controvertida. Sua visita a qualquer parte do mundo tornava-se um evento nacional; fotógrafos e repórteres o seguiam em qualquer lugar.
O Homem Político - Einstein aceitou uma cátedra no Institute for Advance Study, em Princeton, Estados Unidos e, em 1940, adquiriu cidadania americana após o surgimento da II Guerra Mundial, em 1939. Einstein sempre assumiu posições públicas sobre os grandes problemas de sua época, fosse a respeito da existência do Estado de Israel, da União Soviética, da luta contra o nazismo, ou, após a II Guerra Mundial, contra a fabricação de armas nucleares. Einstein entregou uma carta ao presidente americano advertindo-o da possibilidade de os alemães fabricarem sua própria bomba, no entanto, a carta levou os EUA a fabricarem a sua. Num último apelo, Einstein escreveu ao presidente Theodore Roosevelt, que morreu sem ao menos ler a carta. Truman, seu sucessor, ignorou-a e lançou a bomba atômica em Hiroshima e, três dias depois, em Nagasaki, no Japão. Em 1922, Einstein tornou-se membro do Comitê de Cooperação Intelectual da Liga das Nações. Em 1925, juntamente com o líder dos direitos civis indianos Mahatma Gandhi, trabalhou numa campanha pela abolição do serviço militar obrigatório. E, em 1930, Einstein colocou novamente seu nome em outro importante manifesto internacional, desta vez organizado pela Liga Internacional da Mulher pela Paz e Liberdade. Pedia o desarmamento internacional como sendo a melhor maneira de assegurar uma contínua paz. Envolveu-se ainda em várias causas sociais.
Em 1925, Albert Einstein veio ao Brasil. Esteve no Rio de Janeiro, em visita a instituições científicas e culturais. Proferiu duas conferências: na Academia Brasileira de Ciências e no Instituto de Engenharia do Rio de Janeiro.
Quando Adolf Hitler começou seu governo na Alemanha, Einstein decidiu deixar a Alemanha imediatamente. Foi para os Estados Unidos e ocupou uma posição no Instituto para Estudos Avançados em Princeton, New Jersey.
Quando a morte de Einstein foi anunciada em 1955, a notícia apareceu nas primeiras páginas dos jornais de todo o mundo: "Morreu um dos maiores homens do século 20".
Texto extraído da coleção Aprendendo Física, Editora Scipione, 1996.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A Renda do Dia


Acordei pra secar água
acordei pra sacar chuva
acordei pra me lavar pra ti
Na renda do dia
Aleluia Paz Harmonia.

Riso Maria Dersu

Esse papagaio beija





para Beto Quirino


Estou papagaio, tatu!
um cheiro molhado
de chuva lascada
em banda larga.
Eu estou sapa
paca, peixe,
pexeira matuta
melhorar,melhoral
Eu estou alegre Sampa
pernilongos pertubadores
rastro perfume gasto
na minha alma de flores

Riso Maria Dersu

Surda e Muda


Fico muda
quando você
toca no meu céu
com sua boca

Fico surda
só para
te ouvir
cantar.

Fico surda
quando você
toca no meu céu
com sua boca

Fico muda
só para
te ouvir
cantar.

Para Jorge Dersu


Riso Maria Dersu

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

domingo, 24 de janeiro de 2010

Ser Poeta em São Paulo


Ser Poeta
É ser amada pelo seu anjo estrela
que no escuro clareia a cor do céu
ouvindo trovões, acredita em festas
e ao despencar do coqueiro,
nem sente que rachou a pedra com a mão

Ser poeta
é caminhar pela Av. Ipiranga
e nem perceber que cruzou a São João
porque se encanta com a brilho da lua
sentindo só o cheiro do ser amado
nas calçadas cobertas de lixo humano

Ser poeta
é se atropelar pelas ruas, onde só
há reservas para o império imobiliário
que jorra seus detritos escorregadios
brindando com as chuvas de janeiro
festejando o carnaval em fevereiro

Ser poeta
é salvar as águas de março
e dizer graças a Deus o ano inteiro
Acessa São Paulo, rumo a periferia
Arruma essa tua vida vazia
Porque poeta não é otário


Riso Maria Dersu

25/01/2010

Fotografa
www.marcelomim.com.br

sábado, 23 de janeiro de 2010


Espiando
A coroa que carrego
anda me espinhando
quero dizer: espiando
o que eu carrego
na sua cabeça

Riso Maria Dersu

Tiras


Se sinto frio
cobertor
Se sinto calor
tiro a roupa


Riso Maria Dersu

Nos braços dele



Nos braços dele
toda hora
é muito bom
e não tem como não
lembrar mais nada.

Riso Maria Dersu

Batendo a biela



Inchou o coração
se puendo de dor
Bateu a biela
troquei os anéis
e o dia de domingo
passeia na minha veia


Riso Maria Dersu

OS MEUS OLHOS



Os meu olhos
dentro dos
teus olhos
ficam
abestalhados
de tanto que
ver


Riso Maria Dersu

Dentro de mim



Macio
Quente
Perfeito
Dentro de mim.

Riso Maria Dersu

Brasas


Há uma nuvem
na primeira estrada
atiçando um ferro em brasa.


Riso Maria Sersu

Paraty



Toda dor passa
e se não passar
olhe a mata

Riso Maria Dersu

Camuflar



Camufla
a farsa
Camufla

Riso Maria Dersu

Meu Globo de Televisão



Enquanto cago
engajo partido
Lanço desatalho
Nada prometo
Sou filha de
Agricultor
Eletrícista
Em cana dor


Pego cobra de mão
no meu terreiro
você não entra não
O meu Partido é o
DONA DE FERRO
não quebra à paulada


Lanço na GNT
CARENTE DE RISO
Tô indo pra Pública
fazendo arrodeio
na Privada
No meu banheiro
uma toalha por vez
para à parentaia
cair na Rede
do meu Globo
de Televisão
PontoComPontoCuide-se


Riso Maria Dersu

Tronco



Passo o que me causo
do tronco que a mim chega


Riso Maria Dersu

Fotografia
Carla Freire

eu te amo




um bom bocado
um copo quebrado
um fio enroscado
um peito rosnado
um laço apertado
um fogão
um chão
um cinturão
um elevador
um espelho
um ná viu
um ei tô
um silenciador
um profundo amor
um branco
um azul no céu
um peixe no mar
um lá
um cá
um lar
um luar
um nó
um nós

Riso Maria Dersu

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Reparei


Eu reparei
que você sorria
Eu reparei
que você surgia
Eu só reparei


Riso Maria Dersu

Há Garapa


Apeia
a mula
anula
a bula
o trânsito
há garapa !

Riso Maria Dersu

SÃO Palo 21/01/2010

455 Dersuando 456


1959
eu nascia
1957
você corria
2009
a minha alegria
te encontraria
2010
nós nos nossos braços
acordamos a madrugada
que dormia
455
a mais bela canção
para Sampa!
estou no seu gargarejo

Riso Maria Dersu

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Teima e espera


Ele e a mão da massa
atinge a tua classe
teima a própria sorte
espelha mundo em verde
amarelo, azul e branco!

Riso Maria Dersu

Para Luís Inácio Lula da Silva

São Paulo, 20/01/2010/09:32H

Nó de Cego





Gosto do nó
que só você sabe dá
perigas
quando estou
dentro dele


Riso Maria Dersu

Sim


Eu digo muito SIM
para quando eu disser NÃO
que ele seja compreendido


Riso Maria Dersu


Foto de Carla Freire

Por gentileza




Não me quebre os braços quando eu quiser partir
Largue a minha língua da sua sem precisar pedir
Deixe meus pés no chão pra quando eu pensar voar
Relaxe a sua cabeça da minha na hora de dormir.


Riso Maria Dersu

Pinico


Quando vejo seus pinicos
acho que vai ter pic-nic
Ajeito as toalhas
e solto as frangas



Riso Maria Dersu
Sampa/São Paulo/Brasil
Fotografia de Carla Freire

TECE BEIJO




Negra flor branca em luz
vem para esse meu coração
que sem chave, vive aberto
e tece um beijo seu...


Riso Maria Dersu


Sampa/São Paulo/Brasil

Foto de Carla Freire

Penumbra



Se todo longe fosse
assim tão perto...
Se todos dias
fossem assim
tão claros
Se nunca tivesse
visto "O Carteiro"
Como lembraria
da penumbra
dos teus braços


Riso Maria Dersu

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Silêncio


Estou ouvindo o silêncio
e ele me disse que você
já me disse que me adora
como adorar é mais que amar
eu vou te amar com toda a
adoração permitida em mim.



Riso Maria Dersu
Sampa/SamPã /BRASIL

Tempo





Estou dentro dele
e ele dentro de mim
Eu vivo agradando o tempo
e o tempo à ensejar por mim.



Riso Maria Dersu

domingo, 17 de janeiro de 2010

Ai de ti


Quem dera

a lua

a rua

o sol

um vizinho

Quem dera

um amigo

uma tigela

uma paquera

Quem dera

um rádio

um rio

um fuscão

Quem dera

um colo

um solo

um emporio

Quem dera

um trator

um doutor

sem tremor

de terra

Quem dera!


Riso Maria Dersu

São Paulo/17/01/2010/10H

sábado, 16 de janeiro de 2010

Caso à parte





O amor
é um caso
à parte

Há parte de mim
Há parte de ti


Riso Maria Dersu

Sarah


saia
ara
sayonara


Riso Maria Dersu

Para Sarah (beá infantil)

fotografia
Carla Freire
Vale de cambra
Portugal

Ela


Ela que
me faz bem
Ela que
me quer
também
Tipo lá
tipo cá
Tipo kakaká

Ela é meu anjo guia
vovô à chamava de Bia
Ela também é Maria
Augusta de cada dia !


Riso Maria Dersu

Jampa/Pilar/Paraíba
Chã de Areia
10/01/1930/2010

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

fogo ao seus pés




hoje tem jogo
sinto vontade
de andar na
sua bicicleta
chupar picolé
fazer sexo na
sua cama
nesse dia
quente de calor
para pegar fogo
ao seus pés.


Riso Maria Dersu

Sampa/14/01/2010

Lixo das calçadas


O preço da escravidão branca
é ver suas crianças espalhadas
como lixo nas calçadas


Riso Maria Dersu
Fotografia
Jorge Dersu

Pé no Chão


Se tem o pé no chão
se pode também voar


Riso Maria Dersu

erva-mate


não mate
não desmate
não se mate
erva- mate

Riso Maria Dersu

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Dormitório do silêncio


Vem meu silêncio vem
alarde toda à tarde
invento um vento
te mando brisa
faço promessa


Riso Maria Dersu

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Vera Cruz




Me faz chorar poesia
um lamento me faz chorar
ao desencarnar galhos vivos
areias terras e ar
sofre o mar, sofre o luar
batendo as pedras
engolindo letras fuxicando
o incontido, virando pelo avesso
antes que o mundo venha se acabar.
Tem dor. te dou, tem amor
tem trem tem véu espuma escrita
que grita na lira rica da faca
de ponta certa que acelera, dilacera.
Estamos vivos, estamos livros...


Riso Maria Dersu

Fotografia: Ru

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Rio Paraíba do Norte


A barra da chuva
trazia simplesmente lua
quando trovejava demais
na pele quente do sol
clareando a semente
na beira desse rio salgado
que aqui passava as mágoas
e os raios caiam do céu
festejando a minha alegria



Riso Maria Dersu

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Embarque


Embarcar para não enfartar
saber a lida do adeus
fazer sempre aquele passeio
untar um pé de pessoa


Carregar uma estrela da noite
porque toda casa quer casa
quando os anjos do céu voam
refazendo a passagem bem dita


Anunciam o brilho do ser apaixonado
e da janela os pássaros cantam e
sambam ao redor do ninho

Das terras herdam seus filhos
a luta da liberdade que reina
sobre o vivo guardeão iluminado


Riso Maria Dersu