domingo, 9 de maio de 2010

GALHARUFAS


Comadre Gualharufas me convidou
para irmos juntas uma festa no céu
Eu teria que levar algo assim tão doce
Fiquei na espreita da estrada de ferro
com meu caldeirão dos mitos
reluzindo ao luar à espreita
de uma carona no trem de ferro

Passou gente passou bicho
passou até fantasma
e a bruxa da varanda
me mandou um sinal de fogo
Vai na loja do Messias
Lá tem o que tu querias
Bem eu queria ela nem sabia
Era algo assim tão doce
Igual pamonha de cego
Bolo de formigueiro de chuva

O dia amanheceu
a festa acabou de acabar
e eu à reclamar
Ralei os dedos nos olhos
Logo me pus à chorar
Será que ser só egocêntrica
Nada mudaria o meu pensar?

Varri um pouco do brilho da lua
misturei as ideias da bruxa
E fiz um doce mais doce
no meu caldeirão que reluz no sol
Vou agora convidar Dona Comadre Galharufas
para irmos na mamãe

Lá terá tantos doces
que ela nem vai acreditar ao ver mamãe
A mamãe é uma jóia uma jibóia
Uma locomotiva de doçura de doce
A mamãe é algo assim tão doce
E a festa do céu vou deixar
para quando eu crescer.


Riso Maria Dersu

Um comentário:

  1. Um conto mencionando a docura e peculiaridade existente em cada mamãe, adorei! E quando estamos perto de nossas màes, nào tem jeito, voltamos a ser crianças, sem vontade de crescer, pois queremos nos sentir protegidos, acolhidos, envoltos nesse doce mais gostoso e mais doce que alguém pode experimentar!

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