quarta-feira, 3 de novembro de 2010

VOCÊ ME DÁ FOME


Não sou uma propriedade improdutiva
E não me sinto invadido de forma nenhuma
Você me dá fome
Não posso comer, jejuo
Vou quebrar seu jejum, comer seu gerimum

Eu lá sou planta , mulher

Planta em mim, homem, tua roça
Na minha poça d'água

Finalmente, no fim da tarde
Ela veste seu vestido estampado
E segue a linha do trem pra londres de ti
Aprender à cantar e brincar

Lá em Londres o Poeta sentiu saudade do Brasil
O Brasil, fervilha no ferro dourado.

Vou contando as estrelas pra deita-las no teu céu
Junto ao meu corpo que move montanhas
Sem o seu no meu BraZil
Vou usar parte de suas palavras para fazer poemas
Nessa sua propriedade produtiva vou plantar cacau

Eu só roubo coisa valiosa, assim como teu coração
Desejo o jejum do desejo dos mestres
Sou nordeste, um pouco sudeste.
O norte ainda não avistei

Passa a senha das contas, passa as chaves da casa
Fica comigo e deixa eu ser
quem eu sou, seu, sua


Jorge Dersu e Riso Maria Dersu

Sampa, 03/11/2010

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